Guest post: Trabalho com agências

Sejam bem-vindos de volta à nossa série de convidados!

Hoje recebemos a Gisley Rabello Ferreira, fundadora da Wordlink Traduções e membro do Comitê de Administração do Programa de Mentoria da Abrates.

Bem-vinda, Gisley!

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Source: Unsplash

Nossos clientes: como anda o relacionamento entre LSPs e agências globais de tradução

Uma das principais dúvidas do tradutor profissional é: devo trabalhar para clientes diretos ou agências de tradução? Sem dúvida, trabalhar para clientes diretos é mais lucrativo, mas muitas vezes pode significar ter que realizar mais tarefas fora do escopo da tradução propriamente dita: orçamento, preparação de arquivos, DTP (diagramação e formatação), revisão final, entre outras. As agências pagam menos, mas, realiza todas as tarefas colaterais do projeto, e o tradutor pode se concentrar em seu maior talento: traduzir. Nas duas situações, há prós e contras, e cabe a cada profissional priorizar o tipo de cliente a que se adapta melhor. Assim, é preciso entender quem são nossos clientes, o papel deles na cadeia de fornecimento do mercado e onde nós, fornecedores linguísticos, nos colocamos nessa cadeia.

Trocando em miúdos, no mercado de tradução, há dois principais tipos de clientes: os clientes diretos e as agências de tradução. Os clientes diretos são pessoas físicas ou empresas que contratam profissionais independentes ou empresas e agências de tradução para projetos de tradução. As agências de tradução podem ser empresas globais, que atuam com inúmeros idiomas e têm escritórios em vários países, ou pequenas empresas de tradução, que trabalham com um número limitado de idiomas e prestam serviços tanto para clientes diretos quanto para agências globais. Mas, como assim? Agências que trabalham com agências? Complicado? Nem tanto. As agências pequenas, além de serem clientes dos tradutores independentes, são também fornecedores linguísticos para clientes diretos e agências globais, o que as coloca nas duas posições do mercado: contratante (agência) e contratado (LSP, language services provider).

As pequenas empresas/agências de tradução são estruturadas de modo a atender muito bem tanto a clientes diretos quanto a agências de tradução globais. Aos clientes diretos, elas dão todo o suporte necessário em projetos de tradução completos (desde o orçamento detalhado até o produto finalizado, seja ele um website, um vídeo legendado ou um simples documento), já que têm uma carteira de colaboradores diversificada, contando com colaboradores de tradução, revisão, editoração, legendagem, entre outros. Para agências de tradução globais, essas empresas fornecem o que chamamos de TEP (translation, editing, proofreading), que nada mais é do que a tradução revisada e verificada em seu formato final: três etapas do processo garantidas por um único fornecedor, além de uma infraestrutura de gerenciamento de projetos e qualidade personalizada.

Qual é a vantagem para as agências globais em se relacionarem com pequenas empresas fornecedoras de tradução? Apesar de as agências globais contarem com muitos profissionais independentes de tradução e revisão para seus fluxos de trabalho em projetos de tradução, contratando-os como tradutores, revisores, especialistas em controle de qualidade, líderes de projeto e muitas outras funções, elas contam também com as pequenas agências de traduções baseadas nos países onde se fala a língua-alvo contratada. O papel dessas pequenas empresas como LSPs é, além de fornecer TEP, dar apoio de infraestrutura e fluxo de trabalho, principalmente em projetos de contas grandiosas, para os quais é difícil conseguir tantos recursos com o perfil específico da conta e gerenciar um controle de qualidade eficiente. As pequenas agências de tradução então atuam como parceiras das agências globais, auxiliando na formação e no treinamento de equipes de tradução e revisão, controlando a qualidade com um profissional fixo para aplicar LQAs, gerenciar glossários, tirar dúvidas da equipe, servir de intermediário entre cliente e tradutores etc. e contando com uma equipe de gerentes de projetos dedicados especialmente aos trabalhos dessas contas.

Mas, para as pequenas agências, é vantagem ter esses clientes? Se a agência global pagar o preço justo para essa parceria tão importante e complexa, vale. Como sabemos, no Brasil temos uma carga tributária muito grande para pessoas jurídicas. Isso é um fator que não chega a impedir, mas que torna bem complexa a contratação de funcionários para desempenhar algumas funções que requerem um comprometimento maior com o trabalho. Trabalhar com profissionais independentes (ou freelancers, como muitos gostam de chamar) para essas funções é uma saída, mas, como esses profissionais têm inúmeros clientes, fica complicado exigir um compromisso de quase exclusividade. Ainda assim, é vantagem trabalhar com agências globais, não só pela receita, mas também pela oportunidade de aprender cada vez mais sobre as mais novas ferramentas e tendências do mercado. Dependendo da parceria que as empresas de tradução têm com as agências globais, seus funcionários e colaboradores recebem treinamento, lidam com os seus clientes diretos em algumas tarefas e até viajam para outros países para testar produtos e realizar projetos específicos. Por outro lado, pode ser difícil para a pequena empresa lidar com os volumes desse tipo de cliente, pois manter uma carteira de colaboradores disponíveis é um desafio. E, em geral, as agências globais especificam volumes mínimos semanais em contrato, então, é preciso se preparar bem para cumprir o combinado, aliando prazo e qualidade.

Para o tradutor independente, ter uma pequena agência de tradução como cliente é trabalhar com profissionais que, acima de tudo, entendem perfeitamente o papel dos tradutores e as dificuldades que eles têm em projetos específicos. É a chance de trabalhar com quem também já passou e passa por essas dificuldades e provavelmente já tem soluções para algumas delas. E, se não tem, certamente vai se esforçar para buscá-las, pois o seu objetivo é o mesmo que o do tradutor: manter o cliente feliz.

No frigir dos ovos, a verdade é só uma: estamos todos no mesmo barco. Assim, precisamos todos – tradutores, revisores, agências – deixar os preconceitos de lado e tentar manter uma relação saudável, sempre com muito diálogo sobre o papel de cada parte nesse relacionamento e sobre tarifas, o verdadeiro tabu entre nós. Tenhamos em mente que nossos objetivos são iguais, portanto, se tivermos uma boa convivência, todos lucramos, tanto em receita quanto em conhecimentos. Para chegar a esse ponto, é preciso refletir bastante sobre o que cada parte representa no mercado e procurar enxergar e, principalmente, praticar parcerias nessas relações, em vez de concorrências.

Sobre a autora
GisleyGisley Rabello Ferreira
 é tradutora, revisora, transcreator e especialista em controle de qualidade nos pares inglês > português brasileiro e espanhol > português brasileiro, principalmente para as seguintes áreas: TI, técnica, comercial, e-learning, localização, saúde e beleza, marketing. É falante nativa de português brasileiro e tem vasta experiência com a língua inglesa e espanhola. É bacharel e licenciada em inglês e literaturas americana e inglesa (UERJ), com pós-graduação em tradução nos idiomas inglês e português (PUC-RJ), e bacharel em espanhol e português e suas respectivas literaturas (UERJ). Atuou de 1990 a 2000 no mercado como tradutora interna em multinacionais americanas do setor de TI e como freelancer em projetos de setores variados para várias agências nacionais. Em abril de 2001, fundou a Wordlink Traduções e ampliou sua área de atuação, passando a oferecer pacotes completos de soluções linguísticas, utilizando as ferramentas e os aplicativos mais modernos do mercado, para clientes nacionais e internacionais. Hoje, também atua como gerente de projetos sênior, além de supervisionar toda a equipe da empresa.

Guest post: ProZ membership (in Portuguese)

Sejam bem-vindos a mais uma publicação convidada! A convidada deste mês é a Adriana de Araújo Sobota, querida amiga e companheira no Comitê de Administração do Programa de Mentoria da Abrates.

Seja bem-vinda, Adriana!

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ProZ – Vale a pena ser associado?

Uma das perguntas mais frequentes que tradutores, principalmente iniciantes, me fazem é se vale a pena ou não assinar o ProZ. Esse é um assunto muito controverso. Por um lado, tradutores que conseguiram conquistar uma clientela que paga tarifas mais altas acham aviltantes as tarifas oferecidas por alguns anunciantes. Por outro lado, tradutores iniciantes ou que trabalham para agências nacionais, por exemplo, se beneficiam do câmbio e acham essas mesmas tarifas vantajosas.

O fato é que não podemos pensar apenas no valor médio por palavra oferecido no ProZ. Temos que considerar todos os benefícios e entender como ele funciona. Saber aproveitar o que o ProZ oferece pode fazer a diferença para conseguir nele mesmo essa clientela, digamos, superior. Eu trabalho exclusivamente para agências, todas internacionais e 90% delas vieram do ProZ. Portanto, eu só vejo vantagens em ser assinante. Mas essa é a minha visão. Para outras pessoas pode não ser vantajoso e não sou eu que vou dizer o contrário, minha proposta aqui é explicar por que eu acho vantajoso ser assinante.

O que é o ProZ?

É um site onde empresas, tradutores, agências se cadastram e oferecem trabalhos ou prestação de serviços. Tem quem chame o site de leilão, pois algumas agências oferecem trabalhos na base do “quem dá menos”, mas não é só isso que acontece ali. O site tem uma seção de ofertas de trabalho, uma espécie de classificados. Parte dos trabalhos oferecidos já tem o preço que o cliente quer pagar; parte não tem preço e o cliente pergunta a tarifa do tradutor. Algumas das ofertas vêm com o famoso pedido de “best rate”, aí nos perguntamos: best para quem? Claro que para eles!

Quanto custa a assinatura?

Você pode criar seu perfil gratuitamente no ProZ, mas se assinar, terá acesso a mais recursos. A assinatura anual custa, para novos membros, U$ 144. Para quem já é assinante, a renovação da assinatura anual custa U$ 133. Também oferecem uma assinatura semestral, que acaba saindo mais caro, mas que de imediato é mais em conta. A semestral para novos membros custa U$ 99 e para quem vai renovar, U$ 90. Eles oferecem ainda uma terceira modalidade de assinatura, que inclui um pacote de treinamento composto por vídeos e treinamentos para fazer sozinho. O valor é U$ 199 para novos membros ou não. Se optar por essa modalidade de assinatura, ela terá validade de um ano e você poderá escolher um de três pacotes de treinamento: marketing e promoção pessoal; gestão de projetos ou pacote para iniciante. Esses pacotes também podem ser adquiridos separadamente e custam U$ 119 cada (para novos membros ou não).

Vantagens de ser assinante

A primeira vantagem de ser assinante é que você terá acesso imediato às ofertas de trabalho restritas. Não assinantes só podem ver a maioria dessas ofertas após um período mínimo de 12 horas. Muitos anunciantes abrem a oferta para não assinantes após 48/72 horas. Outra grande vantagem é ter acesso ao Blue Board, um diretório que mostra como os colegas tradutores avaliaram as agências (de 0 a 5). Esse diretório é muito útil quando não conhecemos a agência e queremos saber se é boa pagadora, por exemplo. Outras vantagens de ser assinante são: assinantes aparecem listados antes dos não assinantes para os clientes; as cotações dos assinantes são visualizadas primeiro pelos anunciantes; posicionamento nas pesquisas do Google (os clientes são direcionados para o seu perfil no ProZ); descontos em alguns treinamentos oferecidos no site; monitoramento de visitantes do seu perfil; participação em concursos de tradução; descontos em algumas ferramentas etc.

Como tirar máximo proveito do ProZ

Um grande erro do tradutor que diz não conseguir nada no ProZ é não investir no seu perfil. Vejo muitos que criam o perfil e o deixam lá, às moscas. Se um cliente tem um trabalho de inglês para português na área de marketing, vai encontrar centenas de perfis no ProZ e será difícil escolher. É claro que o perfil mais completo, mais organizado e mais detalhado vai se destacar. Ok, isso se o cliente estiver procurando qualidade, porque se estiver procurando preço, vai no mais barato e pronto. Mas aqui queremos chegar àquela clientela “superior”, certo? Assim sendo, é crucial caprichar no seu perfil, colocar o máximo de informações possível, apresentar o seu produto de forma atraente e convincente.

Outro recurso importante e não muito explorado é o WWA (Willingness to Work Again). Com ele, você pode pedir aos seus clientes para deixar depoimentos sobre o seu trabalho. Assim você mostra para os seus futuros clientes que é um profissional sério e respeitado. Igualmente importante é responder rápido às ofertas interessantes de trabalho. Muitas vezes o cliente tem pressa, e se você deixar para responder depois, pode acabar perdendo oportunidades. Lembre-se de que as ofertas são baseadas em critérios específicos (idioma, especialidade, CAT tool etc.), portanto, seja bem específico ao criar o seu perfil, para ter a certeza de que as ofertas ideais cheguem ao seu e-mail.

Depois que melhorei meu perfil, passei a receber inúmeras ofertas de trabalho diretas, que nem vão para a lista. É claro que não foi assim desde o início. Sou associada do ProZ há 9 anos e demorou alguns anos para chegar no nível atual, de raramente responder a uma oferta da lista, a não ser que seja algo muito interessante. Os clientes passaram a me enviar mensagens com ofertas diretas e consegui boas agências assim. Em outras palavras, não é porque você está no ProZ que precisa participar do “leilão”. É claro que, para quem está começando, tem a questão da experiência para colocar no perfil. Mas aí é que entra o seu marketing pessoal, sua capacidade de mostrar que, apesar de ter pouca experiência, é muito bom no que se propõe a fazer, e mostrar isso por meio do zelo demonstrado no seu perfil, da preocupação em se profissionalizar, esse é o ponto de partida para o sucesso.

Muito obrigada por ter aceitado meu convite para escrever para o blog, Adriana! Foi um grande prazer recebê-la no meu cantinho. 🙂

Sobre a autora
Foto FaceAdriana de Araújo Sobota é graduada em Letras e pós-graduada em Linguística Aplicada. É tradutora técnica de inglês e espanhol para português há 17 anos nas áreas de TI, medicina, administração e marketing, engenharias, telecom, turismo e websites. Uma das coordenadoras do Programa de Mentoria da Abrates. É sócia e coordenadora pedagógica do Netwire Learning Center. Editora-chefe da Revista On-line da Abrates. É membro da ABRATES e da American Translators Association.

Por onde começar?

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Tardei, mas não falhei! Cá estou com a minha primeira publicação mensal, em português.

Há aproximadamente um mês, recebi uma mensagem pelo site de uma pessoa que assistiu à minha palestra no Congresso da Abrates deste ano e que tem interesse em se tornar tradutora, mas não sabe como. Como acredito que as dúvidas dela possam ser as de muitas outras pessoas que têm interesse em entrar na área, decidi respondê-las aqui no blog, assim elas ficam mais acessíveis.

  1. A criação de um nome para a minha marca como uma sigla soa profissional ou devo usar uma palavra mesmo?
    Sim, claro! Obviamente, contanto que a sigla não soe estranha ou ofensiva em nenhuma cultura. O nome pode ser uma sigla, um dos seus nomes próprios ou o seu nome completo, ou até mesmo um nome criado totalmente do zero. O importante é considerar todos os fatores, como a imagem que ele passa para pessoas de qualquer cultura, a facilidade de pronunciá-lo e escrevê-lo, a não existência prévia dele, etc. Leve sempre em consideração seus possíveis clientes (e as culturas deles), seus valores, suas características e sua preferência, é claro.
  2. Como faço para começar a divulgar meu trabalho? Você acredita que seja uma boa ideia começar a divulgar em algumas faculdades aqui de minha cidade, para fazer traduções de monografias e textos acadêmicos, ou devo procurar outro público?
    Você conhece as particularidades da escrita acadêmica nos idiomas nos quais pretende trabalhar? As regras são diferentes da escrita usual e também são diferentes de acordo com o idioma.
    Você conhece as áreas com as quais pretende trabalhar? As áreas podem variar desde assuntos mais gerais a outros bem específicos, como biologia, engenharia e física. Como textos acadêmicos e monografias/teses e afins são direcionados e detalhados sobre um assunto específico, é necessário ter pelo menos certo conhecimento ou estar preparado e disposto para pesquisar bastante e aprender.
    Você pode começar pesquisando agências de tradução. Elas sempre são um ótimo ponto de início. Você pode encontrá-las em buscas no Google ou em grupos de tradutores, ou mesmo obter indicação de outros tradutores que já trabalharam ou trabalham com agências. O importante é sempre pesquisar sobre a agência antes de enviar seu currículo para saber com quais idiomas e áreas ela trabalha e se é idônea. Envie o currículo para cada uma separadamente, de preferência, citando o nome da pessoa responsável pelo recebimento de currículos, fazendo uma breve apresentação sua já no corpo do email.
  3. Quanto cobrar pelo serviço? Não tenho ideia de onde começar nem de como e quanto cobrar dos clientes. Por exemplo, quanto você acha justo cobrar por um abstract de monografia e pela tradução de textos acadêmicos?
    Não tenho a fórmula mágica, pois não existe uma. Cada tradutor cobra um valor e cada cliente é um caso diferente. No caso de agências, muitas vezes, quem estipula o preço são elas. O importante é você ter uma ideia do seu valor mínimo e não aceitar migalhas.
    Eu, pessoalmente, comecei ganhando R$ 0,03 por palavras do material original. Um mês depois, a agência aumentou para R$ 0,05. Cerca de um ano depois, comecei a receber R$ 0,07. Hoje, meu valor mínimo por palavra para clientes brasileiros é de R$ 0,11. No entanto, varia de acordo com o cliente. Se eu não me engano a tabela do Sintra sugere R$ 0,35, ou seja, como você pode ver, há uma variação muito grande.
    Tente sempre negociar os valores oferecidos pela agência. Na pior das hipóteses, você ouvirá um “não” e decidirá se aceita a proposta deles ou não. Com o tempo, veja qual é sua produtividade de palavras por dia a fim de calcular um valor por palavra com base nas suas necessidades financeiras.
  4. Devo solicitar o recebimento do pagamento antes de fazer o serviço ou depois?
    Depende. Repito, no caso de agências, são elas quem mandam e você tem que aceitar. O prazo normalmente varia de 30 a 60 dias após a emissão da nota fiscal. No caso de clientes diretos, se o cliente é novo, sempre peço parte do valor total (30 ou 50%) mediante a aprovação da cotação e estipulo que só iniciarei a tradução quando confirmar o recebimento desse valor inicial. O restante, nesse caso, solicito que seja pago mediante a entrega do material traduzido. Se eu já conheço o cliente, solicito o pagamento em até 30 dias corridos após a entrega do material traduzido. No entanto, alguns pagam em até uma semana.
  5. Qual é a forma de pagamento que devo oferecer (depósito em conta ou alguma outra forma)?
    Eu particularmente só recebo pagamentos nacionais por depósito ou transferência bancária e internacionais pelo PayPal. Desconheço tradutores que utilizem outra forma de pagamento nacional, como cartão de crédito ou boleto.
  6. Devo estipular um prazo de entrega do serviço de quantos dias ou baseado em quê?
    Isso dependerá totalmente de você. Você precisa saber sua produtividade diária para estipular o prazo de entrega. Se você ainda não tiver absolutamente nenhuma ideia de qual seja sua produtividade diária e precisa estipular um prazo, sugiro que considere cerca de 1.500 a 2.000 palavras por dia. No início, é melhor pecar pelo excesso de cuidado do que pela falta dele e acabar não conseguindo cumprir o prazo, prejudicando sua imagem. Sempre inclua um ou dois dias a mais no prazo, a fim de evitar eventuais problemas. Quando tiver outros projetos em andamento, considere-os também. Aliás, há vários outros fatores a serem considerados, como o par de idiomas (versão ou tradução?), a área do material, o tipo de arquivo, a ferramenta a ser utilizada, se houver, além de outros fatores, como feriados, fins de semana, etc.
  7. A entrega do material traduzido deve ser feita impressa ou digitalizada?
    A tradução só é entrega impressa no caso de traduções juramentadas. Em todos os demais casos, o recebimento e a entrega dos arquivos são feitos por email ou outra forma de envio online.
  8. Você acha que é importante fazer estágio em uma empresa de tradução ou apenas a experiência da prática já é suficiente?
    Eu acredito que qualquer tipo de experiência seja de extrema importância para o aprendizado pessoal. Um não desmerece o outro, mesmo porque o estágio não deixa de ser uma experiência prática. No entanto, é preciso ter cuidado com o termo “estágio”. Contanto que ele seja remunerado, não há problema. Jamais aceite trabalhos não remunerados, exceto se forem voluntários e por uma causa.
    O que normalmente acontece é que muitas pessoas começam trabalhando dentro de agências exatamente por não encontrarem oportunidades como freelancer no início. Algo que também é válido, pois se aprende muito dentro de agências.

Essas eram as perguntas (um pouco reformuladas). Espero ter conseguido responder claramente a elas e que eu tenha ajudado a pessoa em questão, assim como outras.

Outras dúvidas?