Today’s guest is the lovely Angélica Cattini, who will write about studying abroad: her experience and some tips. Enjoy!
Welcome, Angélica!
Curso no exterior
Quando a Carol me convidou para escrever um post em seu blog, fiquei lisonjeada, mas num primeiro momento disse que não saberia como contribuir já que não atuo como tradutora. Pensamos um pouquinho e logo veio a ideia de falar sobre cursos no exterior. Nada poderia se encaixar melhor, já que adoro estudar e viajar! Mais viajar que estudar? Simmm, mas esse é um blog sobre tradução, então vou tentar não extrapolar na parte da viagem! 😉
Apesar de não exercer a profissão, foi durante o curso de Tradução que comecei a planejar a continuação dos meus estudos fora do país. Uma das “culpadas” por essa vontade foi a querida professora Cláudia Zavaglia que me ajudou a ganhar uma bolsa para um curso de língua italiana na Università per Stranieri di Reggio Calabria. O curso durou três meses, mas fiquei dez meses na cidade, tempo suficiente para conseguir a cidadania italiana (graças a minha irmã mais velha, eu já tinha toda a documentação necessária, por isso, o processo foi razoavelmente rápido). De volta ao Brasil, comecei a pesquisar uma especialização na Itália. Oito meses depois, estava inscrita no curso de Línguas e Culturas Estrangeiras para a Comunicação Internacional da Universidade de Gênova. No primeiro ano do curso, soube que poderia me candidatar a um intercâmbio para qualquer outro país da União Europeia. Assim, o segundo e último ano da especialização realizei em Nice, na França, por meio do programa Erasmus. Apresentei minha dissertação em setembro de 2010, voltei para o Brasil e cá estou… por enquanto! rs
Desculpem toda essa introdução com meu percurso, mas como o que tenho a dizer se baseia na minha experiência sobre estudar fora, achei necessária essa recapitulação.
Para tentar não me perder, escolhi abordar o tema sob alguns aspectos: quando fazer, como escolher o curso, o investimento financeiro e questionamentos filosóficos (porque simplesmente não seria eu se tratasse o tema só objetivamente! :p).
QUANDO
Para delimitar um pouco a abordagem, vou considerar cursos com algum nível de especialização, pois suponho que a maioria dos leitores já tenha concluído o ensino médio. Assim, um dos questionamentos sobre quando fazer um curso fora seria se durante a graduação/pós-graduação ou após. Nesse caso, acredito influenciar mais a oportunidade do que a vontade. É comum as universidades nacionais terem convênios com universidades estrangeiras. Nesses programas, os alunos cumprem uma parte dos estudos no exterior, mas antes de se formarem. Esse tipo de programa já vem pronto, quer dizer, o curso e o lugar já foram estabelecidos. O aluno que se interessar, só precisa se candidatar. Vejam bem, “só precisa se candidatar” não quer dizer que seja fácil, mas o aluno não tem a preocupação de correr atrás de uma instituição de ensino, já que a burocracia já foi feita pelas universidades. Resumindo, se a sua universidade oferece a oportunidade desse tipo de intercâmbio, não pense duas vezes! 😉
Agora, se não existe essa possibilidade ou se você prefere primeiro terminar os estudos aqui para depois fazer um curso no exterior, é bom levar alguns aspectos em consideração. Daí vem o próximo item.
ESCOLHENDO O CURSO
Talvez pelo fato de ter tido ótimos professores, não vejo ninguém melhor para aconselhar essa escolha do que um professor. E falo isso com conhecimento de causa, conhecimento de alguém que não pediu essa sugestão (*cabeça balançando em sinal de reprovação*)! Bobagens da minha cabeça de achar que vou atrapalhar os outros, não conversei com nenhum professor para me ajudar a escolher o melhor curso. Mesmo se você já for formado e não tiver mantido um contato constante com professores, não seja tímido, mande uma mensagem para aquele professor que você acredita poder te orientar. Certamente, você receberá um auxílio precioso!
Com ou sem ajuda de professor, não dá para escapar de horas de pesquisa na internet. Se sua escolha for determinado país, minha sugestão é visitar o site da principal universidade de cada região e analisar os cursos que sejam da área de seu interesse. Em seguida, entre em contato com a coordenação dos cursos selecionados para saber os procedimentos relativos a estudantes estrangeiros. Às vezes, é preciso cumprir um curso do idioma antes do início das aulas ou ter um certificado específico da língua. Além disso, o curso pode ter um funcionamento diferente do que estamos acostumados. Por exemplo, escolhi fazer uma Laurea Specialistica (LS) com duração de dois anos. Esse é o nível seguinte à graduação que, na Itália, dura geralmente três anos. Para mim, estava claro que na minha turma todos seriam do mesmo nível, mas, na realidade, muitas matérias eu fazia com turmas da graduação. O que acontece é que o currículo escolar do aluno candidato à LS é analisado e a coordenadoria monta o plano de estudos com base no que é necessário para conseguir o nível specialista. E isso envolve matérias também com a graduação. Claro que não foi nada que me fizesse desistir do curso, mas só para exemplificar a necessidade de esclarecer TUDO antes de fazer as malas!
Agora se você quer um curso específico, independente do país, faça uma busca com palavras chave do nome do curso nos idiomas de sua preferência e analise os resultados. Depois o caminho é o mesmo, xeretar os sites das universidades que oferecem tal curso.
É bem provável que, de toda essa busca, as opções sejam muitas. E daí, como decidir? Particularmente, para essa decisão, sugiro pesar igualmente a conceituação da faculdade/curso e a empatia pela cidade/país. Deixar-se levar simplesmente pela fama da universidade pode ser um tiro n’água. O ambiente nessa situação é mais determinante do que se possa imaginar. Em um primeiro momento, tendemos a privilegiar muito mais o curso e não levar tanto em consideração o lugar. Afinal, já que estamos investindo tempo e dinheiro nisso, que façamos na melhor instituição. No entanto, nossa tropicalidade não pode ser esquecida. Vai mandar um baiano estudar na Finlândia? Não vai dar certo! Brincadeiras e exageros à parte, é realmente importante considerar suas especificidades e necessidades na hora de escolher o lugar para onde quer ir.
O INVESTIMENTO FINANCEIRO
Tirando alguns conselhos que o povo dá de graça, todo o resto envolve custo. Mas, planejando bem, um curso no exterior pode custar menos do que você imagina. Uma bolsa de estudos é sempre bem-vinda, não? Geralmente, os sites dos consulados ou embaixadas têm muitas informações a esse respeito. Alguns exemplos:
Estados Unidos
http://saopaulo.usconsulate.gov/culture-education/study-in-the-usa.html
(Clicando em “Finance Your Studies, você será direcionado para o link http://www.educationusa.info/pages/students/finance.php)
Inglaterra
https://www.gov.uk/government/world/organisations/british-consulate-general-sao-paulo.pt
(No final da página, há um link para “Education and Learning” https://www.gov.uk/browse/education/student-finance)
França
http://saopaulo.ambafrance-br.org/Etudier-en-France,33
(Você será direcionado para o site do Campus France, agência responsável pela promoção do ensino na França: http://www.bresil.campusfrance.org/node/6602)
Me empolguei! Bom, deu para perceber que caminhos não faltam!
Caso não consiga uma bolsa de estudos integral, informe-se diretamente na universidade escolhida sobre a possibilidade de reduções nas tarifas com base em sua renda. Nesse caso, o câmbio pode ser bem favorável. Imagine sua renda convertida em euro! Confesso que esse exemplo é bem particular, foi o meu caso na universidade italiana. Não saberia dizer se funciona do mesmo modo em outros países, mas não custa perguntar, não é mesmo?
Se você não conseguiu uma bolsa nem desconto nas taxas e não tem dinheiro sobrando, que tal arregaçar as mangas e trabalhar? Eu trabalhei muitos meses como garçonete, duas semanas com telemarketing (definitivamente não levo jeito para vendedora, menos ainda por telefone) e fiz dois trabalhos de tradução. Na época, tinha pouca ou nenhuma confiança profissional, o que me impediu de batalhar mais para conseguir trabalho na minha área. Dessa perspectiva, fico imaginando que poderia ter sido vantajoso dar um intervalo maior entre a graduação no Brasil e a pós no exterior. Quem se encontra nessa fase, sobretudo se trabalha com tradução e/ou revisão freelancer, pode aproveitar esse momento para criar uma carteira de clientes. Assim, quando decidir ir para o exterior, pode continuar prestando trabalhos e assegurar uma renda.
DIVAGAÇÕES
Não quis discorrer sobre a importância ou não de se estudar em outro país, pois quando alguém decide viajar com esse propósito, definitivamente, o último fator motivador deve ser “vai ser bom para minha carreira” ou “vai melhorar meu currículo”. Como já foi falado anteriormente em outros posts da Carol, quem faz o curso é o aluno. Competência técnica pode ser adquirida de qualquer outro modo, só será mais enriquecedor estudar em outro país se a pessoa absorver não só o que é ensinado nos cursos, mas também o que se aprende desse contato diário com outra cultura.
Em algum momento dos preparativos, entre inscrição, documentação pra visto, passagem aérea, moradia, pare e prepare a mente para essa experiência. Livre-se de preconceitos, mas esteja pronto para encará-los. Mesmo que por um período determinado, você será um imigrante, não somente um estudante estrangeiro. E, no seu caminho, talvez passem pessoas que não aceitem muito bem quem vem de fora. Mas não se apegue ao olhar do outro sobre você e, sim, ao seu olhar para essa nova realidade. Dê-se o dom da liberdade, permita-se um novo começo, seja curioso e, sobretudo, não perca a empolgação! E bons estudos!
E ai, alguém fazendo as malas?
Falei tanto e, mesmo assim, estou com a impressão de não ter abordado muitas outras questões sobre o tema (leia-se “o enriquecimento pessoal”, mas achei melhor não começar a falar sobre isso, do contrário, o item ‘divagações’ seria ‘dissertações’). Então, quem quiser, fique à vontade para acrescentar mais coisas nos comentários ou me mandar uma mensagem. Meu email é angelica.cattini@gmail.com
Thanks, Carol!
Thank you, Angélica, for kindly accepting my invitation and taking the time to write such a great post! You inspired me. I may even write a post myself on my experience abroad so our readers can have more examples to follow or be inspired. 🙂
Have you had any experience studying abroad? Share it with us!
About the author
Sou graduada em Tradução pela Unesp. Pós-graduada em Comunicação Internacional pela Universidade de Gênova e Nice Sophia-Antipolis. Atualmente, curso o MBA em Comércio Exterior e Negócios Internacionais na FGV de São Paulo. Apesar de adorar tradução, faço poucos trabalhos na área. Atualmente, sou assessora de negócios na Agência Francesa para Investimentos Internacionais, órgão do governo francês responsável pela facilitação e promoção de investimentos internacionais na França.
Ótima ideia, Carol! Escreve sim! 🙂
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Escreverei, Gé! 🙂
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Adorei! Post completíssimo e delícia de ler, Gé. Não queria que acabasse!
Depois vou fazer umas perguntas ao vivo! hahahaha
E uma divagação minha: ao ler seu post e o da Fefa, fiquei pensando como a experiência e a maturidade realmente fazem milagres; a gente consegue enxergar nosso percurso com tanta clareza e distanciamento que parece ter sido tudo superfácil, quando sabemos que não foi nem um pouco!
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Obrigada, Bia! ❤
Divagação mais que perfeita!
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Pingback: Studying overseas (or How to choose a translation course?) | Carol's Adventures in Translation
Angélica! Vi somente agora seu post! Muito bom! Obrigada pelas palavras para mim 🙂
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