A tradução te permite ser o que você quiser

Sejam bem-vindos de volta, queridos leitores!

Hoje temos mais uma tradução parte da parceria do blog com a UTFPR. Esta é a segunda tradução da aluna deste mês, a Cristiane Slugovieski. E a tradução de hoje é da publicação da convidada Giulia Carletti, Translation lets you be everything you want to be.

Quando eu tinha cinco anos, queria ser bailarina, apesar de nunca ter tido uma aula de dança. Alguns anos depois, fiquei obcecada com o seriado E.R. e decidi que queria ser cirurgiã: eu tinha certeza de que poderia realizar cirurgias incríveis e salvar a vida das pessoas. E daí que eu era (e ainda sou) desajeitada e sem nenhuma habilidade? Então, decidi ser jornalista, porém, minha fascinação por anatomia e medicina eram maiores. Mas, nessa idade, eu gostava tanto de escrever! Gostava de inventar histórias e criar slogans e ideias criativas, a ponto de um texto publicitário meu, para uma marca de salgadinhos, ter sido enviado para a fábrica para ser avaliado. (A parte de mim que ama nutrição não gostaria que alguém de 9 anos escrevesse sobre salgadinhos, mas essa é uma outra história.)

Como toda criança, eu era super curiosa e queria saber sobre tudo. Mas a questão do que eu queria ser quando crescesse mudaria para algo impensado: minha fascinação por línguas. Inglês sempre foi minha matéria favorita, e eu passava tardes inteiras tentando traduzir letras de música e artigos. E quanto mais difíceis e coloquiais eram as expressões, mais eu gostava do processo de pesquisa e do desafio de expressá-las em italiano. Anos depois, percebi que trabalhar como tradutora e intérprete tinha me ajudado a alcançar (quase) todos os meus sonhos de infância.

Ao traduzir, você vive uma aventura nova a cada dia. Você utiliza um lado mais analítico que ajuda a ler o texto e pontuar possíveis problemas, fazendo com que diga “sabia que era um problema!” E você ativa esse lado novamente ao revisar.

Dependendo do assunto, você explora diferentes lados de sua personalidade, porque, como dizia Pirandello, somos “um, nenhum e cem mil”. Quando recebo orientações (breves ou detalhadas) para um projeto, mal posso esperar para deixar as palavras e ideias fluírem. Esse é o meu lado brincalhão, aquele que faz malabarismos com as palavras, fazendo com que se encaixem para o propósito e para a voz do cliente. Mas também fico igualmente feliz quando estou me preparando para um congresso médico e tenho que estudar anatomia de novo, deixando meu lado “científico” entrar em ação.

Isto vale para todos: temos diferentes habilidades que nos permitem expressar interesses diferentes e diversos lados de nossa personalidade. Como tradutores e intérpretes, nos interessamos por diversos assuntos e queremos ir a fundo – esse é um dos requisitos desse trabalho. Não temos medo de estudar e pesquisar dia após dia, de aprender algo novo e de manter os olhos sempre abertos. Podemos (quase) nos tornar cirurgiões, advogados, comerciantes, engenheiros, cozinheiros… Você escolhe! Apesar de a tradução ser um negócio muito sério, somos livres para nos divertir enquanto traduzimos e deveríamos aproveitar ao máximo as oportunidades, permitindo que todas as faces da nossa personalidade brilhem por meio do nosso trabalho.

Graças a essa profissão pude trabalhar de jaleco exatamente como o Dr. Corday em E.R. Que outro trabalho permite que você use um jaleco sem sequer saber cortar em linha reta com uma tesoura? Quanto a ser bailarina, ainda estou trabalhando nisso!

Você acha que suas áreas de especialização expressam diferentes pontos de sua personalidade? Você pôde realizar alguns de seus sonhos graças ao seu trabalho? Conte-nos nos comentários!

Sobre a tradutora
Imagem1Cristiane Slugovieski estuda Licenciatura em Letras Português/ Inglês na UTFPR, onde também faz parte do TradLin, grupo de pesquisa e Estudos em Tradução. Reside em Curitiba-PR e pode ser encontrada no Facebook.

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