No dia 26 de fevereiro, o Centro de Idiomas Brasillis promoveu uma palestra online gratuita com a Sheyla Barretto, intérprete. Sheyla atualmente trabalha na Organização dos Estados Americanos (OEA) e já coordenou grandes eventos com a participação de importantes personalidades, como o atual presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. O tema da palestra foi “O perfil do tradutor contemporâneo: o que mudou nos últimos 20 anos”.
Sheyla iniciou a palestra comparando como era trabalhar como tradutor há 20 anos, quando começou, com a prática atual. Segundo ela, antigamente, as traduções eram cobradas por lauda, não por palavra. Como a contagem de laudas não é tão simples, era mais difícil de o cliente entender como funcionava. Hoje, como a cobrança é por palavra e qualquer ferramenta facilmente oferece essa contagem, não há problemas quanto a esse aspecto.
No entanto, a ideia de que traduzir antigamente era mais difícil é relativa. Embora não houvesse tanta disponibilidade de recursos tecnológicos como há hoje, essa vasta opção de fontes também requer cuidado, pois é necessário filtrar as fontes confiáveis. Há uma grande velocidade na disseminação de informações e conhecimento. Além disso, hoje também é mais fácil alcançar o cliente, portanto, a concorrência também é maior. Isso requer muito mais do tradutor do que antigamente.
Alguns pontos no tempo:
- 1995: a internet tem alcance global
- 1996: 6,9% dos domicílios tem computador, segundo o IBGE (hoje, são 49%; desses, 28% têm internet)
- Início do século 21 no Brasil: expansão das CATs (elas se tornam mais acessíveis)
- 2005: a SDL compra a Trados e se torna a maior empresa de tecnologia da tradução
- 2006: avanço das redes sociais
- 2008: a SDL compra a Idiom
- Hoje: surgimento de novas tecnologias, como o Skype, WhatsApp, Google Hangouts, Google Docs, Doodle Pools, SurveyMonkey, Shutterfly, etc.
As vantagens das redes sociais e das novas tecnologias são: compartilhamento de informações e dúvidas com colegas, grande apoio aos tradutores iniciantes (importante para moldar o tradutor do futuro), formação (temos até doutores na área).
Tradutor 24/7
- Bom leitor, escritor e pesquisador
- Formação, treinamento
- Boas ferramentas de trabalho
- Certificações
- Filiações (visibilidade, credibilidade e networking)
- Mais idiomas
- Presença na internet (divulgação, visibilidade)
- Atualização permanente
Capacidade de: adaptação, interação nas mídias sociais, organização, captação/manutenção de clientes, empresarial, exposição calculada, senso de coletividade, gestão de tempo eficaz (distrações x prioridades), follow-up (emissão de nota fiscal/invoice, feedback).
No entanto, o excesso de atividades, e a impossibilidade de onipresença e onisciência do tradutor 24/7 geram insegurança e frustração. Quanto mais se sabe, mais se descobre que não se sabe.
Recomendações para dominar essa frustração:
- Foco
- Definição de metas claras
- Controle do tempo
- Networking
- Diferenciação
- Acompanhamento da tecnologia
Ser tradutor é fascinante e desafiador, pois é uma atividade complexa e técnica. A valorização é necessária e já está a caminho.
Juntos, somos mais fortes!
Você também assistiu à palestra? Gostaria de adicionar algo? Caso não tenha assistido, também é bem-vindo para comentar. 😉