Guest post: Recomeçando na tradução

Bem-vindos de volta a mais uma publicação convidada! E a primeira convidada de 2018, Vera Antunes, fala sobre recomeços. Tópico perfeito para o segundo dia do ano, não acham?

Seja bem-vinda, Vera!

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Cortesia de Matt Ragland, disponível em Unsplash

Comecei a estudar inglês com 11 anos de idade. A princípio, o que eu queria mesmo era entender o que as pessoas falavam nas músicas. Fui muito incentivada pela minha mãe, que a toda hora dizia que a minha pronúncia era bonita… Coisas de mãe!

Tive o privilégio de ter um mestre de português, Alceu Taffari, que me ensinou a ter respeito pelos poetas, pela língua portuguesa, por gostar de ler e saber me expressar. Eu não tinha dúvidas do que queria fazer na faculdade: tradução! Entrei na Faculdade Ibero-Americana, que hoje não existe mais. Já nessa época dava aulas para crianças de inglês e português. Surgiu uma oportunidade de trabalhar numa multinacional e lá fui eu! Foram quase trinta anos trabalhando em diversos setores, como instituições financeiras, indústrias, ONGs. Entre todas as minhas atribuições, tinha sempre uma tradução a ser feita, uma apresentação para passar para o inglês ou vice-versa. Paralelamente, quando dava, eu fazia um trabalho ou outro de tradução. Nunca deixei a tradução e ela nunca me deixou… Sempre buscando novas conquistas.

Em 2013, eu resolvi mudar tudo na minha vida, dar uma reviravolta, ter controle da minha agenda, poder me dedicar inteiramente à tradução.

Resolvi voltar à minha paixão de corpo e alma! Precisei sair da minha zona de conforto e voltar a entender esse mundo da tradução de forma mais intensa, afinal, tudo evolui de forma tão rápida! O que eu acho muito importante e, de certa forma, um ponto positivo para mim, é que nesse mundo corporativo e de ONGs no qual eu transitei, envolvi-me em diversos assuntos com temas diferentes, diferentes termos, que me ajudam muito hoje em dia nas traduções. Nessa nova etapa, digo que é muito bom ter amigos, tanto antigos quanto aqueles que acabamos de encontrar, principalmente amigos que não te enxergam como uma concorrente. Uma grande e importante amiga, fundamental nesse meu processo de “retorno”, assim que soube do “meu grande plano”, foi a primeira a me dar a mão, passou dicas, links e se preocupou com vários detalhes que eu ainda não havia considerado nesse retorno. Estou falando de Melissa Harkin. Ela foi a pessoa que me fez pensar em participar da Conferência Anual da ATA 2017 (American Translators Association), me contou um pouco sobre o congresso, o que levar, o que fazer, como funciona, fazer contatos. Realmente, a conferência é intensa, várias palestras com assuntos variados, diversos tradutores do mundo todo, troca de cartões, informações. A outra pessoa é a Caroline Alberoni, que acabei conhecendo no Congresso. Ela me deu a oportunidade de observá-la, saber como ela faz, a rotina de trabalho, e hoje me surpreendeu com esse convite de contar um pouquinho sobre o meu retorno ao mercado da tradução.

Nessa retomada, participei de diversos webinars, fiz contatos, fiz um curso sobre LinkedIn, li e leio muito, troco ideias, sigo blogs e, principalmente, não tenho medo de acreditar no meu potencial. Depois de passar cerca de duas semanas do meu retorno do congresso, estou retomando esses contatos, fazendo contatos com agências, com colegas que trabalham nas organizações nas quais trabalhei, contatos com tradutores que não conheço, mas com os quais posso trocar experiências, enfim, estar presente. Lógico que, se eu parar, sentar e for analisar como a tradução era e como é hoje, dá um frio na barriga recomeçar, mas um frio que vale a pena, que me faz ler mais, estudar mais e me sentir viva. Acreditar que estou no caminho certo, que nada no começo é fácil e que cada um começa de uma forma, no seu tempo, não importa quando. Em dezembro, completei 31 anos de formada. Acredito no talento, na oportunidade, no profissionalismo. E assim sigo essa nova etapa… acreditando!

Sobre a autora
24824679_1734676826562586_493433951_nVera Antunes é tradutora freelance formada pela Faculdade Ibero-Americana, com mais de 15 anos de experiência em tradução. Trabalhou em diferentes setores, tais como: bancos, indústria de bens de consumo, indústria química e ONGs antes de se dedicar integralmente à tradução. Essas experiências anteriores formaram sua especialidade em tradução. Sua lista de serviços inclui legendagem, revisão, pós-edição e transcrição.

8 thoughts on “Guest post: Recomeçando na tradução

  1. Verinha, o futuro te espera e só terá coisas boas! Espero poder caminhar contigo por muitos anos, tanto na amizade quanto na tradução. Go get em, girl! 😉
    Feliz 2018 para você e para Carol também! (Oi, Carol!)

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  2. Vera,

    Desejo à você muita sorte! Assim como você, também estou passando pela fase de transição, uma vez que eu decidir parar de lecionar e me dedicar à tradução, período integral, a partir deste ano. Tenho lido muito, tenho feito alguns cursos, tudo para me atualizar porque tenho trabalhado com o mesmo cliente há mais de 15 anos e percebi que muita coisa mudou desde quando me formei em 2003. Tive que me atualizar sobre ferramentas, plataformas, blogs, marketing digital… E quando mais leio, mais vejo que o caminho do aprendizado ainda é longo! Portanto… Força e garra!!

    E parabéns Carol e Melissa pelo apoio de vocês! É muito importante ter o carinho e apoio de amigos e colegas neste momento de transição de carreira!!!

    Feliz 2018!

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    • Caroline, muito obrigada. Mesmo vendo que muita coisa mudou, você está falando de 2003 pra cá, imagina eu formada em 1986! Ao mesmo tempo que percebemos o quanto temos que estudar, correr atrás, tem um lado fantástico que é se sentir realmente viva, aprendendo cada dia um pouco, trocando informações… Boa sorte psra você tbem, e aquela velha frase que eu amo: “quem acredita sempre alcança!

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